sábado, 10 de outubro de 2009

Grande merda.

Bom. Ontem saí com alguma expectativa de ter uma noite agradável. Já tinha até idealizado um pouquinho quando cheguei.
Ah, tá bom, um aniversário.
Legal, não foi ruim. Não foi desagradável. Mas foi xoxo, exatamente o que acontece quando a gente imagina uma coisa e acontece outra (é relativo, mas nesse caso, foi uma merda).
Enfim, fiquei lá até umas 2:30 da manhã. Como ia dormir no meu primo que mora perto, liguei pra avisar que já estava indo. Quando eu escuto a voz dele no telefone:

"-Bah, olha so, quando tu vir tu me liga até eu atender, tá. Não tô bem meu, não tô bem."

A primeira coisa que me veio a cabeça foi tirar MUITO com a cara dele. Ele tava fazendo um churrasco pros amigos, comemorando os 18 anos dele. Tá, tudo bem, vai ver ele bebeu um pouquinho a mais, beleza.
Quando eu cheguei na porra do lugar, eu vejo umas 20 pessoas, APAVORADAS, todas me olhando "quem é essa guria? surgiu do nada" e eu timidamente dando boa noites e oizinnhos. "Que merda é essa" eu pensei.
Quando eu vejo um guri passando mal, branco, branco, branco que nem um papel, se vomitando todo, e uns 4 na volta dele.
Sei lá que espírito que baixou em mim, de prima cuidadosa ou mãe-maria (sim, todas as mulheres da família tem complexo de organização e limpeza - eu nao sou obcecada como elas, mas né, enfim). Só sei que eu fui organizando toda aquela gente, e pedi cuidadosamente pra quem quisesse, que fosse ajudando, mas quem ia pra atrapalhar que fosse embora.
Comecei a varrer aquele salão imundo, de carne, de anéizinhos de latinha de cerveja, de sujeira de tênis por causa do chão molhado. Juntei lixo do banheiro (cara, eu realmente tava louca, isso que eu nem tinha bebido ainda), limpei o tablado do churrasco, consegui fazer aquelas gurias me ajudarem e limparem o chão e os guris a cozinha e o vomitado do banheiro.
Cara, só sei que no final eu tava orgulhosa de mim. Parecia que todos me respeitavam. Ouvi comentários de longe ao meu respeito falando "Bah, a guria chegou do nada e arrumou tudo." Alguns vinham e perguntavam: "Com licença, mas teu nome é? O que tu é do Luiz?" HAHAHA. "Sou prima dele" eu respondia. "Vim ver como essa criança tá e acabei tendo que limpar a cagada dele".
Meu primo tava meio bebadozinho também, com a ex-namorada dele (que eu nem ia muito com a cara, mas que depois de ontem ajudando, subiu no meu conceito). Ver aquelas patricinhas todas "inhas" limpando aquele chão e tendo que limpar todos aqueles negócios sujos de gordura me deu uma felicidade vingativa, sei lá porquê.
Quando tudo já tava menos pior, peguei umas duas latinhas e me fui. Quando olhei a vodka, eu tava com tanto calor, tão feliz, e ao mesmo tempo tão puta, que também não pensei duas vezes.
Bah sério, que merda cara.
Mas no fundo foi divertido. Nunca que eu imaginei ter que passar por um perrengue desses. Nunca imaginei o quanto essa gente faz merda por beber umas cervejas e umas caipirinhas. Ah, faça-me o favor. Mas por mais que no começo da noite não tenha sido tão legal, ter que encarnar uma quase-mãe foi divertido. Me fez sentir mais do que todas aquelas pessoas sentadas ali, comentando o que havia acontecido. Porra, que merda, tira essa bunda da cadeira e vai ajudar.
Ah, mas deixa pra lá. Agora eu tõ aqui sozinha, sem nada pra fazer, sem ninguém pra sair, minha mãe provavelmente puta comigo por eu não ter avisado que ia sair e que ja tinha chegado, com 9 latinhas de cerveja e 2 garrafas de vodka pela metade.
Que merda.

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