Eu me desculpo por ser arrogante e sem paciência.Por sair dando patada sem nem ouvir o que tu tem a dizer.
Eu me desculpo por não me dedicar tanto ao que seria minha única obrigação. Mas tenta entender. Isso também não é fácil pra mim. Eu faço o que me obrigam. Me disperso facilmente, mas ao menos eu tento. Às vezes o cansaço me vence. Me sinto triste com isso.
Me desculpo por não falar pra ti das coisas que eu sinto, e mentir de vez em quando. Mas é necessário pra evitar que as coisas ficassem piores.
Me desculpo por não prestar atenção no que tu diz.
Me desculpo por não ser como tu queria que eu fosse. Sou mais parecida com o cara que tu te separou (mas que amou mais de 18 anos), que tu vive dizendo que tem um "gênio" forte demais. Talvez eu tenha herdado isso e, sinceramente, eu tenho orgulho, não vergonha.
Me desculpo por falar contigo só pra te pedir dinheiro ou te cobrar alguma coisa.
Me desculpo por achar chato tudo o que tu fala, e debochar de ti mentalmente quando tu vem com as tuas teorias psicológicas do qual eu acho que tu decora dos discursos das tuas amiguinhas.
Me desculpo por achar que tu é uma baita irresponsável por várias vezes, e não te dizer nada. É que acho que se dissesse ia ser pior.
Me desculpo por achar ridículo tu dizer as mesmas coisas, fazer as mesmas promessas todo o ano e não cumprir nenhuma.
Me desculpo por não te dizer nada disso do que tô escrevendo aqui e deixar que as coisas continuem desse jeito.
Se um dia eu e tu (sim, tu) crescermos, talvez a gente se entenda. Mas acho que as coisas só vão mesmo se acalmar quando uma morar longe da outra. O problema é que eu não sei quando isso vai acontecer, mas.. Sinceramente, eu espero que não demore muito. E espero que tu não me cobre por isso, porque é necessário, não só pra nós, mas pra mim.
Eu herdei a tua ânsia por independência, a tua que até hoje tu não conquistou. E isso eu intimamente cobro de ti, todos os dias.
As coisas poderiam ser muito diferentes se tu e o teu ex-marido tivessem mais cabeça. Mas enfim. Eu espero não ter que pagar por vocês dois. Uma hora os problemas vão cair sobre mim e eu tenho consciência disso.
Vocês são como quando se casaram, dois adolescentes que mal sabiam se virar sozinhos. A diferença é que agora vocês tem 20 anos a mais.
E disso eu nasci. É, tudo bem. Eu sei que se talvez nós fôssemos uma família unida, feliz e bem estabilizada eu talvez seria diferente do que sou hoje. E sei que não teria a cabeça que eu possuo (não que eu tenha muita, mas tudo bem), e isso é um lado bom. Mas eu sou humana, e penso no que as coisas poderiam ser melhores.
Mas uma coisa que a Ângela disse é que em termos financeiros, nada do que a gente ganha é realmente da gente. Não que eu seja ingrata a vocês, porque sei que tudo o que vocês me deram, vocês suaram muito pra conseguir, e deram por mérito de vocês. Reconheço (por mais que as vezes não pareça)isso.
Aí eu vi o lado positivo que talvez, mesmo que eu nunca ganhe de vocês os confortos que os meus semelhantes tem, eu vou poder batalhar por isso. E o mérito vai ser muito maior. Muito.
E aí, um dia eu vou poder mostrar não só pra ti, mas pra todo mundo que a mais quietinha e a menos "sortuda" já caminha com as próprias pernas. A que não é uma fútil cheia de roupas, que estuda na melhor uniiversidade de publicidade ou o adolescentezinho típico, que jura que vai ganhar um carro pós-18 e que perde tempo e dinheiro não prestando a atenção em porra nenhuma na aula de cursinho, contando com o auxílio do papai pra entrar numa puc, ou sei lá o quê.
Haha, não que eu seja melhor do que eles, de maneira nenhuma. Mas sei lá, por mais que eu tenha meus defeitos, eu pelo menos tenho mais noção de como as coisas são. Vou dar mais valor, e vou correr mais atrás das coisas, por mim. Sem depender de vocês. Nem de irmãos, nem de ninguém.
Eu só conto comigo mesma. Essa é a única certeza que eu tenho pro resto da minha vida. E quando eu finalmente alcançar isso, o meu maior desejo é poder retribuir a ti e ao teu ex-marido o que vocês me deram, e, quem sabe, dar a vocês a oportunidade de finalmente de caminharem com as próprias pernas.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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